Eu tive um Fusca, por quase um ano. "Um fusquinha laranja muito engraçadinho", era uma descrição bem rasa do que ele era, quer dizer, do que ele foi pra mim, porque ele continua sendo tantas outras coisas pra outro alguém. Eu o chamava de Bil, que eram as letras de sua placa e era um apelido pro nome que demos: BumbleBil. Apesar do pouco tempo que a gente ficou junto, eu me apeguei tanto que chorei quando vi ele indo embora. Precisamos vender porque, um carro antigo e mal cuidado, demanda tempo e dinheiro, que eu não tinha naquele momento. Gastamos tudo o que podíamos (e não podíamos), fizemos tudo da melhor forma possível, restaurando peças, investindo em peças originais, estética bacana. Trocamos volante, pneus, tapeçaria, freio, suspensão, caixa de direção, câmbio, escapamento... Enfim, tudo que precisava. Deixamos o Bil feliz, depois de quase um ano encostado pegando poeira, ele foi amado e cuidado.  Sim, eu tô falando de um carro como se fosse um bichinho de estimação. E...
 " Se alguém te pedisse para listar todas as coisas que você ama, quanto tempo você levaria para citar seu nome? "         Vi essa frase em um instagram dia desses e me coloquei a pensar...: Amor-próprio é um bagulho muito louco. Difícil achar quem o tenha desde os primórdios. Afinal, lá no comecinho, a gente nem se conhece, como é que vai se amar?     Eu descobri esse tal de amor-próprio quando percebi que outros me amavam. "Se fulano consegue ver essas coisas boas em mim, por que eu não consigo?"... E lá vou eu entrar numa profunda onda de reconhecimento.      Hoje eu posso dizer que me amo, e amo todos os erros que cometi no caminho até conhecer quem sou, mas nem sempre foi assim.     Talvez sua jornada de autoconhecimento seja longa, ou nem tanto. Talvez tu saiba exatamente quem é desde sempre, apenas precise ajustar o foco da lente, olhar a vida de fora, ter outro ponto de vista.     Seja como for... Tire um tempo pra si, aprenda a se amar. E tudo, TUDO ficará ...